26 janeiro, 2015

ENTRE OS ARCOS DA CRIAÇÃO




Tem dia que a gente acorda com aquele espírito de quem vai criar um mundo. De vez em quando até que a gente cria. Hoje acordei meio assim, querendo escrever algo, não importa o quê! Passei boa parte da madrugada escrevendo, tentando capturar todos os meus devaneios. Não queria deixar nenhum devaneio escapar, eles sempre me pareceram tão geniais. Quem sabe alguém goste deles algum dia? Sabe se lá. Ninguém sabe.

É certo que fiquei a noite toda, entre a insônia e a luta para não dormir. Que paradoxo! Tentava escrever coisas melancólicas, mas quando queria deixar a tristeza sangrar sobre o papel, acabava por escrever um texto até interessantemente divertido. Droga! Tentei também escrever coisas alegres, mas sempre acabava por desviar o assunto e escrevia coisas totalmente diferentes. Quando tentava escrever coisas alegres, não demorava mais que um parágrafo, já estava ali, registrado no papel, um digno texto político defendendo qualquer coisa, desde que não representasse a direita deste país. Que coisa não? Acho que tenho um pequeno problema de foco. Preciso tratar isso, mas depois, antes quem sabe eu desenhe algo.

Volta e meia fico assim, paralisado querendo escrever uma ideia, que para muitos não pode ser tão grandiosa. Para mim, todas são importantíssimas. Detesto menosprezar minhas ideias. E tenho que parar com isso! As pessoas vão acabar pensando que sou esquizofrênico com um ego muito inflado. Só porque dou entrevistas sobre minha vida para as paredes, mas as ideias não podem parar. Podem ser que tenham razão! Quem? Não sei, Estou confuso hoje.

Mas algumas ideias não podem ser anotadas. São as ideias musicais. Tenho um hábito de compor com assobios desafinadíssimos ― e assim seriam registrados ― ótimas melodias. Não as anoto porque sou um analfabeto musical. Não sei escrever partituras, e nem lê-las. Uma perda musical. Todos deviam saber ler e escrever partituras, o mundo seria muito melhor se os olhos soubessem escutar e as mãos cantar.

Meio que é assim que penso, pulando de ideia em ideia. De texto para foto. De foto para desenho. De desenho para texto. De texto para música, que não sei escrever. Gosto de brincar por entre esses arcos. Um de vez em quando se sobressai a outro, nem sempre os faço tão bem. Quase sempre um fiasco. Mas quando se quer se divertir, para o pueril nada disso importa. Antes de terminar este parágrafo, queria dizer uma ultima coisa: era para ser um post que falasse de amor. Era!



Foto: Raony Almeida Ribeiro

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