31 outubro, 2014

Para Juiz de Fora e os fortes de coração.


Desde que cheguei em Juiz de Fora, tenho buscado um pingo de felicidade em tudo e todo o lugar por onde tenho passado. Juiz de Fora, para mim é uma cidade de martírio, dura demais com aqueles que vem em busca de um sonho: os seus estudantes.

Cidade aristotélica, em até o seu mais insignificante grão de poeira. Onde atos, de fato, vem acompanhados de prazeres e dores intensas. Aqui sofrimento e a alegria possuem uma relação muito promíscua, se abraçam e beijam, se amam. Um amor de tal forma, que me faz também acreditar no amor. Se sofrimento e alegria podem, por que eu não? Sem dúvida, uma cidade onde tenho me amadurecido de forma feroz e vivaz.

Já superei toda e qualquer baixa autoestima. A vida sozinho, sem ninguém é um reforço ao autoconhecimento. Quando você mora só, você aprende que você é seu melhor amigo. Quantas vezes eu já me peguei falando só, em um diálogo cômico, mas sincero? Várias vezes, senão todos os dias. Quantas vezes, com medo de morrer só, em toda a ridicularidade prática que pareça essa frase, me senti na obrigação de dar sempre notícias para minha mãe, para que no dia em que eu não ligasse, ela pudesse perceber que algo de errado aconteceu comigo?

A ilusão de uma cidade meritocrática, onde todo esforço não tem valor, mas o erro é enaltecido! Claro que isso não acontece apenas em Juiz de Fora, seria injusto dizer isso da Manchester Mineira. Juiz de Fora, a cidade onde as ruas do centro cheiram queijo frito, pipoca, batata e pururuca (chamadas de pelinha por aqui). A cidade dos doces mais saborosos de Minas Gerais. Um cenário belíssimo para melancolias de arrancar o sangue de qualquer coração nos dias chuvosos. Uma cidade que não é para os fracos de coração.

Coração, que aliás, tem sido duramente testado. Essa cidade ainda há de me infartar! Tenho me apaixonado, e tal estado acredito que é muito facilitado pela vida solitária. Relacionamentos curtos e intensos, onde meu coração parece de uma hora para outra bombear o sangue para o lado contrário. Me apaixono e amo de verdade, de forma sincera; ingênua. Embora pareça nunca vingar para um relacionamento sério e duradouro, sempre há um porém, que, ao invés de ser ter uma vírgula após essa conjunção sempre é colocado um ponto final. Posso dizer assim que a vida não entende nada de gramática, e por isso é dramática.

Carência e melancolia, pode ser que tais coisas tenham me tomado a alma. Isso não quer dizer que sou triste. ainda encontro forças para sorrir, dizer um bom dia, abraçar todas as pessoas que eu puder. Sou uma pessoa feliz por isso. Me sinto feliz quando vejo alguém feliz. Tenho buscado distribuir toda a felicidade que eu puder provocar, isso me traz felicidade. Um sorriso de manhã em toda manhã é o meu objetivo (gigantesco bônus se consigo isso em uma segunga-feira e no horário de verão).

Um desabafo a esta cidade e a algumas pessoas que vivem por aqui. Uma indireta? Não! Um convite a própria introspecção diria assim. Não quero vantagens e mimos, muito menos ser dono de qualquer verdade ou razão, pois não sou o mais sábio dentre os homens e tampouco aquele que possui toda a verdade. Chega de baboseira! Apenas quero mesmo desejar para todos um "BOM DIA! :-)".






Fotografia: Raony Almeida Ribeiro

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